A crise migratória na fronteira dos Estados Unidos voltou aos holofotes da imprensa internacional com um novo fluxo de pessoas tentando entrar no país ilegalmente. Apesar do governo norte-americano ter fechado as entradas do país por causa da pandemia de Covid-19, milhares de latinos marcharam por todo o continente na esperança de entrar em território norte-americano
As políticas públicas contra imigrantes promovidas pelo governo de Donald Trump afastaram estrangeiros que buscavam os Estados Unidos como um país de oportunidades. A ascensão de Joe Biden ao poder, aliada à crise econômica causada pelo novo coronavírus, fez com que essas pessoas voltassem a ter o sonho americano
Apesar do discurso de Biden ser diferente do que Trump defendia, os resultados foram similares. Em março, milhares de pessoas começaram a chegar à fronteira dos Estados Unidos pelo estado do Texas, região de divisa com o México. Os primeiros migrantes foram colocados em centros de detenção, os quais foram alvos de denúncias por superlotação
Com poucos meses na presidência dos Estados Unidos, Biden enfrentou a primeira crise política do mandato. Em entrevista, o mandatário norte-americano pediu para que os migrantes não tentassem entrar no país, uma vez que as fronteiras estavam fechadas. O governador do Texas, Greg Abbott, afirmou na época que Biden não teria condições de lidar com tal situação
O assunto ficou em baixa durante alguns meses, até retornar à mídia em agosto, quando um novo fluxo de migrantes, na maioria haitianos, chegou à fronteira dos Estados Unidos com o México. Estima-se que 10 mil pessoas tenham acampado sob uma ponte na divisa entre os países enquanto aguardavam uma oportunidade para atravessar para os EUA
As imagens dos migrantes sendo agredidos por autoridades norte-americanas rodaram o mundo e testemunharam contra o governo Biden. O secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, afirmou que as gravações não refletiam as ações do país. No dia seguinte a esta declaração, os EUA anunciaram o fim do uso de cavalos em ações com migrantes na fronteira
Resistentes à entrada de migrantes, os Estados Unidos aumentaram o número de voos de deportação para os países de origem das pessoas que tentavam asilo. O movimento norte-americano, consequentemente, fez disparar os pedidos de regularização de cidadania no México
Em um intervalo de 18 dias, mais de 7.500 haitianos foram deportados para o país de origem. A atitude fez o enviado especial do Departamento de Estado dos EUA no Haiti, Daniel Foote, pedir demissão. Segundo ele, “atolada na pobreza, refém do terror”, a população haitiana “simplesmente não pode suportar o fluxo forçado de milhares de migrantes que retornam sem comida, abrigo e dinheiro, sem provocar uma tragédia humana adicional que poderia ser evitada”
Em novembro, milhares de migrantes voltaram a se reunir, desta vez no sul do México, para marchar rumo ao norte do país. Sem incentivo e ajuda do governo, parte deste grupo decidiu voltar à base na região sul do país, mostrando que está situação está longe de um fim próximo
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2021-12-26 05:00:23